terça-feira, 16 de setembro de 2008

Sem inspiração...

FORRÓ NA GAFIEIRA
Silvério Pessoa

Cumpade
Guarde logo essa peixeira
Brincadeira! Que o forró já vai começar
Cumpade!
Eu já chamei o sanfoneiro
Botei lenha na fogueira,
Para celebrar
Cumpade!
Deixe logo de ranzinza, o cabra tava muito doido
E já deu no pé
Enquanto houver forró na gafieira
Deixe logo de besteira e vem arrastar pé
Amigos visitando a minha casa
Deixe aquele camarada
Salve Zé Mané

Eu também gosto
Da lapada do zabumba
Do batuque do pandeiro, de dançar o tempo inteiro
no escuro do candeeiro
Gente dando a mão
Eu creio que o forró é de terreiro
Gente humilde sem dinheiro vai pra diversão

Por isso entra Zé
A casa é tua Zé 2X
Tu vens de longe Zé
Prá brincadeira Zé

sábado, 6 de setembro de 2008

Fé Hi-Tech

Faz muito tempo que tô querendo escrever esse texto, mas a preguiça é maior. Pelo menos esse tempo me fez refletir sobre o assunto:
Antes de eu viajar ao Pará, minha mãe me fez prometer que, quando eu voltasse, iria com ela à igreja, orar e agradecer por tudo ter dado bem. Realmente deu tudo bem, só que quem me conhece sabe que eu não gosto muito de igreja, mas eu adoro observar, só observar.

Religião é um tema que recheia os blogs da vida por aí. Você vai lá, vem cá e vê sempre alguém escrevendo sobre esse tema, inclusive eu já escrevi em posts anteriores. Num breve histórico, conseguimos observar o período politeísta, em que todos os fenômenos da natureza eram atribuídos aos deuses, e grande parte dos mistérios do mundo era explicada através das almas. Até aí tudo bem; de fato, a ciência não era desenvolvida e muitas coisas não podiam ser explicadas, faltava TECNOLOGIA.

E como a gente procura religião, na grande maioria das vezes, pra encontrar explicação, passei muito tempo da minha vida freqüentando centro espírita, que explicava tudo através das vidas passadas, e "eu gosto mesmo é de vida real". Mas eu me lembro que era tudo meio tosco, as cadeiras eram aquelas de cinema antigo, as cortinas fediam a velhas, a poeira comia no centro( sem ironia); tinha um centro em Jaboatão que era mais tosco ainda, mas tava cheio de gente com fé, e isso eu admiro, de verdade! Perto da época em que iríamos parar de freqüentar o centro do Ipsep, começava uma campanha pra reformá-lo: comprar novas cadeiras, construir o primeiro andar para as palestras. Acontece que nem sei como andam as coisas lá, deve estar belo...
Só que muito mais que novas cadeiras e um primeiro andar, quando fui à igreja que minha mãe freqüenta, me impressionei com tamanho conforto e tecnologia: portas de vidro, ar condicionado, bons aparelhos de som... enfim, um luxo! E na realidade o que mais me chamou a atenção foram os datas-show; tinham dois, e com eles, todos os fiéis podiam acompanhar as letras das músicas que louvavam ao senhor bem grandes nas paredes daquela igreja, era fácil, ninguém precisava mostrar que sabia a letra como fizeram no aniversário da tia da minha namorada, mas isso é coisa pra outro post; era a tecnologia a serviço da "fé"(será?). O fato é que não existe mais a montanha de Maomé; aliás, ela existe, só que ela se move tão fácil que sua existência é insignificante. Maomé usa elevador e avião agora, Maomé recebe a montanha em casa, como um dia recebi os Mórmons aqui, Maomé usa data-show e o deserto africano não existe mais. Tudo em benefício da obra de Deus, e se tudo hoje em dia é Hi-Tech, por que a fé não pode ser? Hum...

Viva a revolução!