segunda-feira, 31 de março de 2008

Tá rolando...

Finalmente a Overdose Homeopática conseguiu gravar as duas músicas que estávamos gravando. O processo foi longo, mas pelo que eu vi, recompensador. Portanto, aguardem, em breve. Essas músicas no myspace.

Mas não deixem de visitar, que têm duas músicas lá:

www.myspace.com/overdosehomeopatica

essa música letra aí nem tem música ainda. Mas eu gosto dela...



SOS(Nilson Vellazquez)

São sábios sanguessugas que estão a sugar
A sangria cidadã de quem só faz trabalhar
São seres que rastejam em frente a um sinal
São sobras de um sistema um tanto quanto desigual

Sumiram as esperanças de um sábado feliz
Sumiram as esperanças de viver nesse país
Esperando um salário para se poder manter
Vivendo uma vida sem saber o que vai ser

O salvador que ainda aguardam até agora não chegou
Enquanto isso o povo sangra sem poder nem sentir dor
Mas eles têm que manter o corpo forte e a mente sã
“Sãos” Josés São joãos lutando a cada manhã

que show é esse que me obrigam a assistir
Que dor é essa que eu não posso nem sentir
Que solidão que eu sinto aqui nessa prisão
Só pra ganhar status de um cidadão

E pintam na tv um mundo lindo e azul
O mal que se criou se estende do norte ao sul
Não existe super-homem pra poder nos ajudar
São sagrados santos-homens a sofrer neste lugar

Sanguinários presidentes anunciam mais um plano
São sentenças pra acabar com a vida do ser humano
Não adianta mais sonhar com um futuro melhor
Só nos resta esperar que tudo um dia vire pó.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Imagem e semelhança

Dia desses, vendo TV, deparei-me com uma matérica curiosa: O "baianês" - como falar quando você vier à Bahia. Interessante! Essas matérias pretendem ser engraçadas, curiosas, e mesmo não pretendendo, preconceituosas.

Estudando Teorias Lingüísticas, aprendi muito sobre a questão das variações lingüísticas, de acordo com idade, sexo, espaço geográfico e por aí vai.

Mas a matéria não se detia a isso. Ela falava coisas do tipo: "ah, o baiano não liga pra nada"; "a gente é relaxado"; "tendo uma rede a gente se entende". E isso realmente não me agradou. Os rótulos, são criados de forma caricaturesca, e são aceitos. É, são aceitos. Isso é o mais degradante: o cidadão local aceitar certos tipos de rótulos.

No Brasil, em quase todos os estados, fala-se que o baiano é preguiçoso, que ele não quer nada com a vida... Que os outros que não conhecem falem, até é compreensível, mas o que não me desce é o próprio baiano aceitar esse rótulo e contribuir para essa imagem.

Lá fora, vêem o Brasil pelo mesmo par de óculos. Já os Ingleses, são vistos com os pontuais, os trabalhadores. E daí falamos o mesmo dos japoneses, dos americanos. "Ah, mas brasileiro é vagabundo".

Interessante é que quem tá "por cima", adora criar rótulos de quem está "por baixo". Será que vai ser sempre assim?
Eu já fui rotulado de "tabacudo", de "chato", de "doido", de "burro" e de "inteligente". Recebo esses rótulos amasso e os jogo no lixo. Enquanto isso, ficamos à espera de mais alguém pra rotular e ser rotulado. Alguém também que não aceite.

Quem vai ser o próximo?