quinta-feira, 23 de abril de 2009

Rotina

Alguma coisa no Natal do ano passado me fez pensar sobre rotina. Era um cartão, daqueles que muitos consideram brega... A mensagem falava algo relacionado a passar mais um Natal com a pessoa que se ama. E n'é verdade?
De certa forma, a gente sonha com uma rotina dessas, poder passar todo o tempo do mundo com aqueles que amamos, com os quais compartilhamos os melhores momentos de nossa vida. E eu não estou longe disso.
As novidades sempre trazem o inesperado, e, talvez por conformismo, prefiro a vida que segue, a vida que levo, sem solavancos e sustos no meio do caminho. O preocupante é quando esses solavancos e sustos são causados por nós mesmos, e na verdade, quase sempre são. A gente é completamente responsável por aquilo que cativa.
A rotina de vermos nossos pais a reclamarem e com suas preocupações excessivas, o sábado de ver a namorada, as idas à escola, à faculdade farão falta a todos, sem excessão.
ô rotina boa!

domingo, 19 de abril de 2009

Tentativa...(Um dia aprendo a fazer poesia)

Meu coração não é cela
cujas chaves se perderam
na escuridão sem fim

Meu coração não é clarividente
nem tão pouco visionário

ele é pluma e é plural
ele é míope e se mira

andarilho,que anda amando
que sente fingindo ser fácil fraquear

ele é pequeno e pede perdão
por ser tão pequeno e querer ter verão

ele só sente a catarse
que só é possível quando se lê
a poesia que é viver

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Flores ao Chão

Lábios e dentes
trincados pra não revelar
o que se passa
e não podemos enxergar

vidas e sangue
desperdiçados nos jornais
só um instante
para poder correr atrás

e eu não vou mais te pedir
nem vou fazer mais oração
eu não quero ser um mártir
e nem mais um na multidão

multilado sem escudos
sem muamba ou munição
esperando ficar mudo
e atirar flores ao chão

por trás das minhas palavras
há dois olhos na escuridão
que por um instante passam
fitando a situação

sábado, 4 de abril de 2009

Existir

Quando eu não estiver mais aqui,sobrarão só as lágrimas (talvez), as fotos, as velas... Nenhum livro publicado, nenhuma árvore plantada, nem a prova de minha decendência. Quando eu não estiver mais aqui, sobrará o banquete dos vermes e, quem sabe, a seiva dos pés de jambos de que tanto falamos. Será só a lembrança, lembrança...

Ah, mas é tudo muito relativo. Talvez nem isso, talvez nem corpo parar cremar ou enterrar, nem fotos para lembrar, nem fatos inesquecíveis, ou qualquer que seja a significação de minha existência...EXISTÊNCIA! É verdade, é sobre existência que falo, aliás, é sobre existir. Existir é algo maior, talvez seja o maior desafio e o nosso maior medo. É que a nossa existência é condicionada àquilo que fizemos aqui na terra, e cada um de nós talvez pense que o que fazemos é pouco, ou nunca será valorizado, lembrado, relembrado, lamentado. Bate-me o medo de não existir, de não possibilitar aos que me amam fazer aquilo que os fazia rir, ou até chorar.

Quando Hamlet disse Ser ou não ser ? Eis a questão , lembrou de mim, mesmo sem querer...

Mas eu tenho inveja dos cantores e cantoras, não que precise ser um Chico, um Lenine... Tantos falam da imortalidade do artista, do compositor, do poeta, do escritor... da arte que imortaliza, da obra! Será a obra mais importante que o ser? Eu preciso da voz, e o maior medo é não lembrar da voz, essa lembrança é a mais fácil de se extinguir, a mais fácil de voar como a pena da inexistência, e é a mais forte, carrega consigo nosso humor, nossa personalidade, nossa chatice e um pouco daquilo que fazia os outros rirem ou chorarem. Hoje, quero gravar minha voz, gravar minha existência, gravar o meu ser...

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Conquista

Ele lutou, combateu, gritou, gritou, combateu!

Porque a luta não pára, porque os sonhos são a longo prazo. São sonhos possíveis de se conquistar, são causas pelas quais vale a pena lutar...
Aqui, aí, ali... a luta vai existir. Pessoas dispostas a lutar não faltam, o exército está armado, com seus canhões e suas espadas armadas contra a injustiça e contra os que tentam acabar com toda vontade de mudar as vidas.

Os verbos se camuflam, afiam-se, protegem. O olhar pacifica, acalma, tranquiliza.
Enquanto isso, alguns falam, para acabar com qualquer tipo de dúvida, para tentar...