quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Lutar pelo Protagonismo é Lutar pela Hegemonia


Protagonismo. Não há ninguém que participe, minimamente, do ambiente político que não entenda o real significado dessa palavra. Ser protagonista de um projeto político é tarefa árdua, principalmente para os jovens socialistas. Lutar pela hegemonia política necessária para implementar as transformações de que o nosso país precisa passa por uma série de fatores que exigem uma dedicação, disciplina e formulação muitas vezes cansativas, mas instigantes. Ser protagonista no campo das ideias, na disputa democrática e entre os movimentos sociais é uma conquista, um objetivo permanente e, não raramente, exercitado pelos estudantes brasileiros.

A UNE, dirigida pelos socialistas, para conquistar o protagonismo, sempre esteve na vanguarda daquilo que é estratégico para a construção de um Brasil cada vez mais forte e soberano. Os estudantes brasileiros sempre se negaram às posturas corporativistas e estreitas; muito pelo contrário, o interesse dos estudantes é interesse da nação. Não obstante, a UNE protagonizou, por exemplo, a criação da Petrobrás, exigiu, formulou e mobilizou para que o petróleo fosse nosso. Hoje, o Brasil está entre um dos maiores produtores de petróleo do mundo e, com a produção do pré-sal e outras políticas de crescimento econômico, alavancado a 6ª maior economia do mundo. Vitória dos estudantes. Através da UNE e da UBES protagonizamos a resistência à repressão do Regime Militar, derramando sangue e tendo muitos de nossos companheiros assassinados; protagonizamos a derrubada de um presidente corrupto, lutamos contra o neo-liberalismo e protagonizamos a construção de um país diferente do que outrora tivemos – complexo, mas de imensas possibilidades - . O símbolo da UNE é o Brasil!

Para Gramsci e Lênin, a sociedade é um todo orgânico e unitário que se explica a partir da base econômica, mas que não pode ser reduzida inteiramente a ela, pois para tal redução implicaria a negação da ação política e da própria hegemonia. Lênin já afirmava que cabe aos comunistas intervir em todos os momentos da vida social e política e movimentar-se em todas as camadas da população. Ou seja: forte como uma rocha nas ideias e fluido como água na penetração. É por isso que atuamos entre jovens cientistas, negros, mullheres, LGBT’s etc. Bandeiras que, entre os socialistas, são partes de um objetivo muito maior.

E antes que sejamos questionados pelos saudosistas, é gratificantes sentir o protagonismo sendo exercitado, ainda hoje, num ambiente político muito mais favorável. A UNE, junto com a UBES e ANPG, tem protagonizado lutas que farão diferenças profundas no Brasil, a curto, médio e longo prazo na dura caminhada por esse país soberano. O ano de 2012 foi um ano de intensa mobilização por recursos condizentes com o desafio que é radicalizar na melhoria da educação. Capitaneado pelos estudantes, hoje, todo o país conhece e concorda com a bandeira por 10% do PIB para a educação; hoje, o país reconhece a liderança da UNE a importância de termos os royalties do petróleo para a educação. Por uma Universidade para todos e de qualidade, por escolas públicas equipadas e bem preparadas, por salário digno aos professores, por currículos que atendam às reais necessidades do povo brasileiro.

Organizar um Conselho Nacional de Entidades de Base, um Encontro Nacional de Grêmios e uma Bienal no nosso estado faz parte desse árduo trabalho de luta pelo protagonismo e, em consequência, pela hegemonia. Serão milhares de grêmios estudantis, diretórios acadêmicos e estudantes de todo o país discutindo transformações que atingirão a totalidade de nossa população. Debatendo e afirmando que a Universidade precisa de uma Reforma que garanta qualidade, acesso e permanência para todos os estudantes. Além disso, nosso exército estará armado em várias outras trincheiras, debatendo cultura, ciências, esportes. Olinda e Recife, que hoje vivem momentos de otimismo e grandes expectativas, terão grande oportunidade de serem sedes de um momento histórico, mais uma vez protagonizado por nós, jovens socialistas.

Vamos à luta!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Ausência


“Tchau, pai!” – Dizia eu ao avistar o avião por cima da cabeça.

Andávamos em fila, do maior ao menor, todos acenando com a mão para os seus pais no avião.

Tudo era ausência, ausência presente! Ausência que marca, e que faz parte do cenário. É como o silêncio que diz, como o negro da noite. É tudo ausência.

Ausência gritando por mais atenção, ausência que dá febre!

E de lá de baixo, eu ainda gritava: “Tchau, pai!”.

Ausência, nada mais que ausência, respondendo às chamadas da escola, explicando a excentricidade alheia. Ausência nos gritos de gol, ausência de voz...

E o avião passava, todos os dias... Mas já não achava graça em dizer o “tchau, pai!”

Adeus, a Deus eu pedia, que fosse adeus. Adeus para a ausência, cruzando os dedos para ela se fazer ausente, mas a ausência, teimosa, não deixava de se mostrar, de se exibir.

Mas a ausência é discreta, vez em quando vem me atormentar, nas palavras traiçoeiras de quem te protege, e a gente se acostuma, a gente se ausenta...

Aquela criança do “tchau, pai” tornou-se ausente, ausente dos abraços exagerados, dos sorrisos escangalhados.  Aquela criança, ao ver os aviões passarem, só lembra o quanto de ausência existe no mundo.

E lembra, como se desculpando, que todos somos um pouco de ausência.