domingo, 20 de abril de 2008

Cale-se

fugimos de mais um engano
fugimos da multidão
eu, você, minha nação
procurando sangue nos panos

mancharam o meu rosto
como Manhatam em setembro
dedos em "nosotros"
histórias que ainda me lembro

6 anos pra me calar
calando ou dizendo que não
sem saber no que vai dar
faço delas minha prisão

liberdade aprisionada
a ordem é só uma:
fuja, corra ou suma
pois a obra está encerrada...

quinta-feira, 10 de abril de 2008

mais uma letra:

Há...(Nilson Vellazquez)


há multidão em todo lugar
há o cheiro da morte solto no ar
há coquetel molotov para apaziguar
o caos e a sorte de quem tenta lutar

silêncio, silêncio! para escutar
discuros discretos, descentes ou não
sprays na parede para decorar
a paisagem do inferno que é nossa prisão

o poeta sem dentes perdeu a noção
ouviu do presidente sua redenção
em mais um "hipertexto" acabam-se os sonhos
e mais um desprezo pra um corpo enfadado

"Que cai...A mente surda que não quer andar pra traz
Pablo Neruda não adiantará ler mais
negociar a vida no banco central
e esperar que tudo volte ao normal"

Há mais uma pedra no meio do caminho
que ele pega e atira na vidraça
há mais uma morte na família do vizinho
que sentado espera atingir a graça

Há mais uma bala vagando sozinha
procurando a cabeça a quem acertar
e o poeta escreve a última linha
esperando a tempestade passar

mas ela:

cai... a mente surda que não quer andar pra traz
tudo que ouviu sobre os tratados de paz
e na gravata de um fulano de tal
esse discurso torna-se um temporal