Como o sabor que da língua precisa
sou da tua boca escravo maior
como no calor precisam da brisa
quando o corpo é feito só de suor
De ti já conheço os passos que sigo
qual a caneta que preenche o papel
Sou vigilante por estar contigo
cão te seguindo de jeito fiel
Não mais me importa sorrir solitário
se dos teus olhos depende o que vem
do meu querer já não sou proprietário
como a criança que chora pra alguém
eu já conheço o que é necessário
te amar, te querer e te fazer bem
terça-feira, 29 de abril de 2014
quarta-feira, 9 de abril de 2014
Amar e mudar as coisas
A lembrança dos 30 anos de
existência da maior e mais longeva organização política de juventude no Brasil,
não por coincidência, acontece no período em que relembramos as mortes, as
reivindicações e as conquistas obtidas por jovens que lutaram, desde 50 anos
atrás, contra aquilo que foi um dos piores episódios de nossa história: a
Ditadura Militar. Por isso, a UJS, que tem como patrono o jovem poeta Castro
Alves, que cantou a democracia e liberdade no período escravista em versos como
“existe um povo que a bandeira
empresta/P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!.../E deixe-a transformar-se
nessa festa/Em manto impuro de bacante fria!.../Meu Deus! Meu Deus! mas que
bandeira é esta,/Que impudente na gávea tripudia?/Silêncio. Musa...chora, e
chora tanto/Que o pavilhão se lave no teu pranto!... se confunde com a luta
por democracia em nosso país.
Carregamos a imagem do jovem
argentino que dedicou à América Latina e à humanidade sua vida, amor e revolta:
“hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás”. E carregamos, dessa
maneira, em nosso DNA, o jeito jovem de chamar a sociedade a um novo modelo, a
uma sociedade em que o homem não explore o homem.
Herdamos a luta daqueles que
quiseram ver o direito ao voto ser reestabelecido no país: para aqueles que
lutaram por ele e para aqueles que tinham 16 anos. Lutamos e derrubamos
presidente. Lutamos e construímos as condições para enterrar o projeto neoliberal
da década de 90 e eleger o primeiro presidente operário da nossa história, a
primeira mulher.
É por essas e outras que esta UJS
está preparada para mais 30 anos de luta; amando e mudando as coisas, em um
mundo cuja complexidade aumenta e os desafios se tornam ainda maiores.
Somos a geração que assiste ao relativo
declínio do prepotente imperialismo estadunidense, que viu na resistência de
trabalhadores, jovens e mulheres o modo ousado de luta por um mundo melhor.
Somos a geração que, em breve, verá um mundo cuja ordem unipolar tende a
acabar; um mundo em que um país que proclama a Revolução Socialista – China –
será a maior economia. Fazemos parte da geração que quer mais: mais
desenvolvimento, mais democracia, mais oportunidades para a juventude.
Preparamo-nos para jogar o jogo,
para apitá-lo, para fazer dessa parte da população que representa 60% da
economicamente ativa no mundo, protagonista das decisões e mudanças sociais
pelas quais o mundo e o Brasil vivem. Uma UJS que, sem negar o seu ambiente das
ruas, prepara-se para invadir as redes, as urnas, o parlamento. Uma UJS de 30
anos, madura como nunca, jovem como sempre. Uma UJS de gente grande, preparada
para lidar com todas as complexidades que a luta de classes exige no atual
estágio. Uma UJS de milhões, preparados e formados para gritar até a nossa
vitória: “não tenho medo de lutar, não tenho medo de morrer, Revolução é pra
valer. Eu amo essa entidade e o nome dela eu vou dizer: UJS!”
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