domingo, 10 de janeiro de 2010

Não sei.

Não sei ser feliz. Definitivamente, não sei. É o frio na barriga que me alimenta, é o rubor que me acalma, que me apraz. É uma vontade de dizer não, de querer o querer bem, de te ter aqui embaixo, nos joelhos, na minha boca e no coração.

Do coração não consigo arrancar. É um querer ser diferente, é um querer gritar ficando calado. É um querer dizer com os olhos, indo para qualquer canto que encontre você. São meus olhos perdidos, procurando alguns sorrisos, procurando um abraço, um laço. É a necessidade de me embriagar, de me viciar, é a cachaça, é o cigarro, é o beijo, é o sexo.

E por não conseguir arrancar, também não consigo me ser. É uma covardia que me bate, é o medo constante de não ter, é a necessidade infeliz de dizer, mas a rotina incansável de calar. É a voz gélida ao telefone, dizendo que não há nada com o que se preocupar. É o medo de me afogar, é o medo de me perder. É um querer comandar a nau, mas não ter controle. É não ter coragem, é não viver.

Mas é ver, e querer, mesmo assim. É perder, é disputar.

Um comentário:

Jéssika . disse...

É um querer bem implacável, avassalador, constante, mas, doce. Uma doçura inestimável, incalculável, e por vezes inexpressiva. É só a vontade de ter que fechar os olhos pra sentir nossas mãos entrelaçadas. É só ter que respirar e sentir o cheiro que nos cerca, o carinho que nos afaga e nos afasta. É só fechar os olhos e ouvir as nossas risadas aprumadas e ainda assim sem direção. É ouvir os nossos cochichos, e as nossas duras vozes.

Pois com você, eu me sinto muito feliz.