sábado, 13 de dezembro de 2014

Eu, fraco.

Abaixo a ditadura do mais forte!

Eu, fraco, quero poder tremer as mãos ao mínimo sinal de desejo. Fracamente, quero pedir proteção aos deuses, ou ao destino deitar a culpa de meus fracassos. Eu, frágil ser humano, quero poder fugir livremente, carregado dos paradoxos que a fuga livre me dá, da prisão libertária de minha força – pouca força.

Eu, fraco, quero derramar-me em lágrimas sempre que sucumbir, quero presenciar a derrota de meus guerreiros, a destruição de minhas vigas, a perda da razão. Fracamente, devo a outrem minhas alegrias, minhas angústias, meu valor.


Eu, forte o suficiente para me admitir fraco, num canto de um quarto resigno-me. Eu, fraco o suficiente pra desprezar a força, desfaço-me do darwninismo sentimental. Eu, fraco, sustento-me em mim, procurando novas tecnologias de me manter em pé. Sonhos no céu, palavras num livro, gente por perto...


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