Abaixo a ditadura do mais forte!
Eu, fraco, quero poder tremer as
mãos ao mínimo sinal de desejo. Fracamente, quero pedir proteção aos deuses, ou
ao destino deitar a culpa de meus fracassos. Eu, frágil ser humano, quero poder
fugir livremente, carregado dos paradoxos que a fuga livre me dá, da prisão
libertária de minha força – pouca força.
Eu, fraco, quero derramar-me em
lágrimas sempre que sucumbir, quero presenciar a derrota de meus guerreiros, a
destruição de minhas vigas, a perda da razão. Fracamente, devo a outrem minhas
alegrias, minhas angústias, meu valor.
Eu, forte o suficiente para me
admitir fraco, num canto de um quarto resigno-me. Eu, fraco o suficiente pra
desprezar a força, desfaço-me do darwninismo sentimental. Eu, fraco,
sustento-me em mim, procurando novas tecnologias de me manter em pé. Sonhos no
céu, palavras num livro, gente por perto...
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