domingo, 22 de maio de 2016

Lutar pela democracia, agora e sempre!


Passados 10 dias do afastamento da presidenta legitimamente eleita Dilma Rousseff, uma marca importante é deixada por ela em todos os anos que esteve à frente da presidência do país, mas sobretudo no dia em que saiu do Palácio do Planalto: seu amor às causas democráticas.

Em seu pronunciamento, dito três vezes naquele fatídico dia, Dilma fez questão de manter sua militância mobilizada, entre outras coisas, por acreditar que a luta pela democracia é algo pelo qual devamos lutar constantemente e que a democracia é algo que precisamos cuidar, preservar para que ela não seja atacada como foi pelos golpistas hodiernos e de outrora.

Dilma está certa. No Brasil principalmente, o componente democrático, como que aflorando das contradições intrínsecas do capitalismo local, no nosso, caso principalmente entre entreguistas e nacionalistas, tem sido o fio condutor das mais importantes lutas políticas no país, sobretudo pós século XX.

Em entrevista ao blog da socialista morena, o governador do Maranhão, Flávio Dino, afirmou com felicidade ímpar: "foi uma ilusão acreditar na consciência democrática da elite brasileira". Verdade. A história de nosso país atesta essa afirmação pelas mais variadas formas de golpes de estado por que passamos. 

O Brasil, cuja fundação sob bases colonialistas tanto dizem sobre nossa formação social, país jovem, historicamente enfrenta dificuldades em afirmar sua soberania e democraticamente escolher os que conduzem a nação e qual o conteúdo de nossa trajetória. Nesse sentido, à nossa elite, mais anti-nacional impossível, sempre coube o papel de bagunçar as regras do jogo para atender aos interesses dos que colonizaram o nosso país: Portugal, Inglaterra, Estados Unidos.

Por isso, em momentos nos quais as crises cíclicas do capitalismo atingem as grandes finanças mundiais, no nosso país, é justamente o binômio soberania e democracia que é atacado. Não é à toa. A causa é bem nítida: para o império esse país de pouco mais de 500 anos, mas com a 5ª extensão territorial, 5ª população mundial, 7º PIB, precisa ser controlado e precisa servir aos seus interesses. E para isso, o império conta com uma elite subserviente e voraz.

Nesse sentido, aos que mesmo sob vieses politicamente diferentes, mas que lutam pelo desenvolvimento nacional, sob a égide de um país forte economicamente, que possa garantir melhorias para sua vida individualmente e coletivamente, é preciso manter a chama da luta pela democracia acesa. Sempre que ela foi atacada, foi atacada também a nossa economia e nossa soberania, afetando nossa inserção no mundo e a distribuição da riqueza e oportunidade que nosso país pode e deve fazer, garantindo justiça e paz social. Não baixar a cabeça, permanecer organizando os comitês contra o golpe são fundamentais para o momento. Temos chance, vamos à luta!