Um dia tudo estará refeito
E darei risadas desse meu momento
Mesmo com todo descontentamento
Terei alegrias a bater no peito
Querer não é verbo simples
Pessoas não são vozes passivas desse verbo
Não dá pra exigi-las
Não dá pra as ter sempre por perto.
Para as ter por perto
É preciso prosseguir, sem olhar muito pros lados
É preciso ser lírico
É preciso ser inteiro
Para as ter por perto,
É preciso ser inseparável
É preciso olhar nos olhos e dizer:
"Te preciso"
É preciso mais do que isso:
É preciso renúncia
Afinal de contas não somos reis nem rainhas
É preciso refazer
Re-sonhar
re-acreditar
Como se fosse possível re-sonhar, ou re-fazer.
Se for possível, é preciso reununciar aos verbos que a gente queria usar.
Ou pelo menos às formas, aos tempos...
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Calado
Preciso é, às vezes, calar pra não sofrer
Esconder no tremor de pernas o que se queria dizer
Mesmo com danos, mesmo que se dane e dobre
A língua, os dedos e a boca.
Às vezes, é preciso jogar fora.
Com os olhos saudosos e tristonhos
O que ainda se quer
Na paisagem desenhada.
Doar-se, mesmo que doa.
Doer, mesmo que doire,
Domar mesmo que dure.
Ou que endoide, que diga
No dolo de um domingo
As verdades violentas
que te fazem calar...
Esconder no tremor de pernas o que se queria dizer
Mesmo com danos, mesmo que se dane e dobre
A língua, os dedos e a boca.
Às vezes, é preciso jogar fora.
Com os olhos saudosos e tristonhos
O que ainda se quer
Na paisagem desenhada.
Doar-se, mesmo que doa.
Doer, mesmo que doire,
Domar mesmo que dure.
Ou que endoide, que diga
No dolo de um domingo
As verdades violentas
que te fazem calar...
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
domingo, 17 de janeiro de 2010
E se eu pudesse.
E se eu pudesse sorrir teu riso
Enxugar tuas lágrimas e sentir tua dor
E se, no teu colo, eu pudesse deitar
Toda aflição e todo perigo.
Poderia pelejar
Para que o instante dure
Para que o infinito chegue
Para que um olhar nos segure
Poderia pedir
pra que a solidão nos deixe
Sozinhos, a nós dois
Procurando nenhum depois
E se eu pudesse te dizer
Tudo isso apenas com os olhos
Ou desenhar palavras num papel
Suplico-te que vejas, e que estejas
Sempre por perto, pra não se esquecer.
Enxugar tuas lágrimas e sentir tua dor
E se, no teu colo, eu pudesse deitar
Toda aflição e todo perigo.
Poderia pelejar
Para que o instante dure
Para que o infinito chegue
Para que um olhar nos segure
Poderia pedir
pra que a solidão nos deixe
Sozinhos, a nós dois
Procurando nenhum depois
E se eu pudesse te dizer
Tudo isso apenas com os olhos
Ou desenhar palavras num papel
Suplico-te que vejas, e que estejas
Sempre por perto, pra não se esquecer.
domingo, 10 de janeiro de 2010
Não sei.
Não sei ser feliz. Definitivamente, não sei. É o frio na barriga que me alimenta, é o rubor que me acalma, que me apraz. É uma vontade de dizer não, de querer o querer bem, de te ter aqui embaixo, nos joelhos, na minha boca e no coração.
Do coração não consigo arrancar. É um querer ser diferente, é um querer gritar ficando calado. É um querer dizer com os olhos, indo para qualquer canto que encontre você. São meus olhos perdidos, procurando alguns sorrisos, procurando um abraço, um laço. É a necessidade de me embriagar, de me viciar, é a cachaça, é o cigarro, é o beijo, é o sexo.
E por não conseguir arrancar, também não consigo me ser. É uma covardia que me bate, é o medo constante de não ter, é a necessidade infeliz de dizer, mas a rotina incansável de calar. É a voz gélida ao telefone, dizendo que não há nada com o que se preocupar. É o medo de me afogar, é o medo de me perder. É um querer comandar a nau, mas não ter controle. É não ter coragem, é não viver.
Mas é ver, e querer, mesmo assim. É perder, é disputar.
Do coração não consigo arrancar. É um querer ser diferente, é um querer gritar ficando calado. É um querer dizer com os olhos, indo para qualquer canto que encontre você. São meus olhos perdidos, procurando alguns sorrisos, procurando um abraço, um laço. É a necessidade de me embriagar, de me viciar, é a cachaça, é o cigarro, é o beijo, é o sexo.
E por não conseguir arrancar, também não consigo me ser. É uma covardia que me bate, é o medo constante de não ter, é a necessidade infeliz de dizer, mas a rotina incansável de calar. É a voz gélida ao telefone, dizendo que não há nada com o que se preocupar. É o medo de me afogar, é o medo de me perder. É um querer comandar a nau, mas não ter controle. É não ter coragem, é não viver.
Mas é ver, e querer, mesmo assim. É perder, é disputar.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Pra Quê?
Imagens, pra que vos quero,
Se com elas pinto a imaginação?
Imagens, pra que vos criar,
Se com elas crio sem de ti precisar?
Imagens, que preço pagamos
por querer um instante de rima e de sons?
Imagens, que sinfonia contigo se cria
sem alegria, tristeza ou rancor?
Palavras, a vós que vos quero
buscando o mistério de ser seguidor
A ti eu te sigo como em romaria
Espero que um dia eu possa cantar
As minhas imagens feitas no verbo
Sem nada por perto
Só soltas no ar.
Se com elas pinto a imaginação?
Imagens, pra que vos criar,
Se com elas crio sem de ti precisar?
Imagens, que preço pagamos
por querer um instante de rima e de sons?
Imagens, que sinfonia contigo se cria
sem alegria, tristeza ou rancor?
Palavras, a vós que vos quero
buscando o mistério de ser seguidor
A ti eu te sigo como em romaria
Espero que um dia eu possa cantar
As minhas imagens feitas no verbo
Sem nada por perto
Só soltas no ar.
domingo, 6 de dezembro de 2009
Porto Seguro
A vida é mesmo implacável. Vivemos em meio às rebordosas que ela nos impõe, mudanças de trajetórias, pedras no caminho, ou icebergs na nossa rota. Desviá-los é característica dos sábios, dos apaixonados pela vida e pelo que ela nos proporciona. Afinal de contas, ela nos proporciona mesmo.
Mas ela oferece tormentas, chuvas incontestes e algumas pessoas a quererem virar nossos barcos. E é preciso ter comando sobre nossa nau, é preciso encontrar aqueles com quem queiramos compartilhar cada momento dessa viagem sem fim, como ele a encontrou. Como ele tem a certeza de que enfrentará todas as tormentas a seu lado. Porque ele acredita que haverá sempre um lugar em que a gente é rei e rainha, existirá sempre uma rede pra dois, haverá sempre uma conversa com olhos sedentos um do outro, sempre um beijo no olho, sempre um beijo na ponta do nariz, sempre a "precisão" do "eu te preciso".
Haverá sempre um porto seguro pra eles dois, haverá sempre a corrente para segurar nossos barcos, a proa e a cachaça pra unir dois "coração". Há sempre a paz de um sorriso, sorriso largo, sincero, e as maçãs que saltam em sua face. Haverá sempre o fruto de um amor verdadeiro, onde a paz reina, mesmo que a paz venha após as tempestades que nos cercam, mesmo que gritemos e questionemos a existênia. Porque, soberetudo, existimos. Eles existem, se completam, se precisam. E vão encontrar sempre sua paz, mesmo que para isso precisem navegar muitos mares e enfrentar todos os icebergs e pedras que virão, a paz e o porto estão ao lado.
Mas ela oferece tormentas, chuvas incontestes e algumas pessoas a quererem virar nossos barcos. E é preciso ter comando sobre nossa nau, é preciso encontrar aqueles com quem queiramos compartilhar cada momento dessa viagem sem fim, como ele a encontrou. Como ele tem a certeza de que enfrentará todas as tormentas a seu lado. Porque ele acredita que haverá sempre um lugar em que a gente é rei e rainha, existirá sempre uma rede pra dois, haverá sempre uma conversa com olhos sedentos um do outro, sempre um beijo no olho, sempre um beijo na ponta do nariz, sempre a "precisão" do "eu te preciso".
Haverá sempre um porto seguro pra eles dois, haverá sempre a corrente para segurar nossos barcos, a proa e a cachaça pra unir dois "coração". Há sempre a paz de um sorriso, sorriso largo, sincero, e as maçãs que saltam em sua face. Haverá sempre o fruto de um amor verdadeiro, onde a paz reina, mesmo que a paz venha após as tempestades que nos cercam, mesmo que gritemos e questionemos a existênia. Porque, soberetudo, existimos. Eles existem, se completam, se precisam. E vão encontrar sempre sua paz, mesmo que para isso precisem navegar muitos mares e enfrentar todos os icebergs e pedras que virão, a paz e o porto estão ao lado.
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