“Vende-se amor caseiro”. Foi o
que vi naquela placa à frente da casa humilde. Não precisando comprá-lo, fiquei
a indagar o que seria esse tal “amor caseiro” com placa de anúncio.
Amor caseiro é alimento:
brigadeiro de panela, feito num domingo de chuva e apreciado na mesma colher;
amor caseiro é pipoca quentinha, entrelaçando os dedos por dentro da vasilha e
os olhares por dentro da alma. É saliva matando a sede, é corpo matando o frio.
Amor caseiro é a roupa dela em
cima da minha, confundindo-se os cheiros, misturando a vontade. Amor caseiro é
a disputa do controle remoto, democracia da programação, lugar marcado no meu
peito...
Amor caseiro é falta, nunca
excedente, não se vende, não se compra. É dor de cabeça, abano e massagem.
Beijo no olho, café na cama.
Amor caseiro é ela, amor caseiro
sou eu.
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