sábado, 26 de julho de 2014

Aos 27

A década de 60, até hoje, influencia e marca a história de maneira peculiar: seja no plano da politica, com o auge da Guerra Fria, que marcava a disputa entre dois modelos de sociedade(socialismo X capitalismo), seja na literatura, com a geração beat influenciando jovens de todo o mundo, como Kerouac e seu "On the Road", e passando pela música, cuja mensagem de obter um mundo com mais liberdade e mais amor esteve presente em músicos como os Beatles, Jimi Hendrix e, no Brasil, fenômenos como Chico Buarque e a nascente tropicália.

Obviamente, essa juventude, ávida de liberdade, experimentou suas potencialidades e os riscos que as novidades da época traziam. O uso de drogas passou a ser um elemento a mais na busca por esses atos libertários. Era o momento de buscar novas dimensões através do uso de LSD, maconha e heroína; era o momento de descobrir o que a mente era capaz de realizar artisticamente. Dessa movimentação rebelde nasce um estilo musical que marcou gerações: o rock psicodélico. Se você, por exemplo, ouvir os discos dos Beatles até 1965 vai ser embalado por canções de belas melodias e letras românticas que, logo, logo foram substituídas por canções compostas através de um outro estágio de consciência; exemplo maior disso é o épico álbum "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", com uso de cítaras, experimentações sonoras e visuais.

Do ponto de vista técnico, essa geração fez nascer dois dos maiores artistas de rock da história: Jimi Hendrix e Janis Joplin. Ambos influenciados pelo blues e jazz norte-americanos, os dois podiam facilmente constituir uma dupla: ela com sua voz marcante, sofrida, rouca, pulsante; ele com sua guitarra que falava, ele que tocava uma música e cantava outra praticamente. A geração de jovens daquela época foi, então, privilegiada de ter podido ver os dois em ação no Festival de Woodstock, em 1969. Puderam ver a guitarra queimada, puderam ver a "fumaça roxa" de Jimi Hendrix. 

Infelizmente, a genialidade desses dois foi interrompida por overdoses de heroína, ambos, aos 27 anos, morreram e deixaram um legado para a cultura pop mundial. Canções como "Move Over"; "Cry Baby", "Hey Joe" e "Fire", embalaram e ainda embalam sonho de jovens que, antes ou depois dos 27, gostam de boa música, experiências químicas de alteração da consciência e psicodelia. Por essas e outras, nunca é demais lembrar que artistas como eles existiram. Que nunca esqueçamos. Viva Hendrix! Viva Janis Joplin!


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