Quando os utopistas Fourier, Owen e Saint-Simon, ou mesmo os "primeiros comunistas da história "como Babeuf começaram a elaborar os princípios sobre os quais futuramente seriam elaboradas as teorias socialistas, certamente, não imaginavam a mudança objetiva - nas relações econômicas e políticas - e muito menos as mudanças subjetivas que a transformação da base econômica poderia trazer à superestrutura.
Provavelmente, seja pelo fato de pouco proporem soluções com base no conhecimento profundo da nascente sociedade capitalista, seja pela falta de propostas palpáveis e atores dessas mudanças, eles, os utopistas, não tinham dimensão da mudança que esse embrião revolucionário pode promover nos homens e nas mulheres séculos depois.
No plano econômico e social, por exemplo, a primeira experiência socialista - a Revolução Russa -, embora derrotada, proporcionou aos trabalhadores de todo o mundo experimentarem direitos que a classe dominante capitalista nunca tivera pensado em ceder. Devemos à antiga URSS soviética os direitos trabalhistas, o voto feminino e os direitos sociais como um todo, a concessão que a burguesia precisou fazer: o estado de bem estar social.
Como na construção de uma nova sociedade, há uma luta renhida entre o novo que surge e o velho que tenta se manter, o novo homem que surgia no leste europeu competiu,- entre outras razões, pelo cerco imperialista, a estagnação da teoria revolucionária e problemas no exercício da democracia com o velho homem, moldado pelas relações individualistas e consumistas do universo capitalista.
No entanto, mesmo sendo por um curto período, a Revolução Russa estabeleceu novas relações humanas completamente diferentes das propagandeadas pelo imperialismo em fipmes como Adeus, Lênin!
Em Cuba, a partir de sua revolução e tomada de posição num mundo em Guerra Fria e as consequentes sanções econômicas impostas pelo imperialismo estadunidense, tornou-se tarefa ainda mais difícil aos habitantes da ilha a construção dessa nova sociedade, já que o desenvolvimento das forças produtivas e elevação do nível de consciência são questões basilares para a edificação desse novo modelo de sociedade. No entanto, os cubanos erradicaram o analfabetismo, determinaram a gratuidade ao ensino fundamental, médio e superior; garantiram o direito à saúde gratuita de maneira universalizada, baniram o racismo como valor social e as mulheres desse país passaram a ter papel ativo nesse modelo.
Medidas como essas da Revolução Cubana deixam todos os seus críticos enfurecidos por, mesmo com toda sua contrapropaganda, não conseguirem promover o retorno ao modelo anterior da sociedade cubana. Nas palavras de Paulo G. Fagundes Visentini, na Revolução Cubana, "o tradicional sistema de valores foi substituído por um sistema revolucionário." Segundo o autor, "o marxismo-leninismo como ideologia revolucionária, completou o processo de transformação cultural. Mas a conquista que mais surpreende foi a construção do Homem Novo, que todo visitante constata."
Esse novo homem, em países cujo nível de consciência da população não é o mesmo que o dos cubanos, como no caso do Brasil, deve ser moldado e - muito mais que isso - impulsionada a sua existência através dos exemplos que os comunistas podem dar à sociedade. As relações humanas daqueles que enxergam o mundo dialeticamente - incluindo-se aí as relações no trabalho, as relações amorosas, familiares etc - devem, para os comunistas estar à frente dos tipos de relações que a sociedade capitalista no apregoa. Essa sociedade que, como disse o ex-presidente uruguaio, José Mujica, em discurso à ONU, "montou um desafio mentiroso (...) Isso se massifica com uma cultura de nossa época, sempre dirigida pela acumulação e pelo mercado."
Dessa forma, com o consequente entendimento da responsabilidade que têm aqueles que, historicamente, construíram mundo afora perspectivas de uma sociedade diferente, torna-se possível vencermos pautas recorrentes que remetem aos direitos das minorias, daqueles hodiernamente oprimidos pelo sistema capitalista: as mulheres, os negros, os homossexuais etc.
Nas relações desse novo homem, não deve caber o racismo, o machismo e a homofobia, ou até a apologia ao consumismo, mesmo no espaço privado de seu lar. Caso contrário, o exercício de combate às opressões capitalistas não passam de diletantismo. Obviamente, também é necessário entender que essa mudança concernente à superestrutura político-ideológica exige uma longa e tortuosa batalha entre o já afirmado novo que surge e o velho que não quer sair de cena, e, claro, essas contradições existem em cada ser humano. No entanto, a nós, vanguarda revolucionária, mesmo passíveis das insuficiências de nossa sociedade, mas sabedores de que o critério da verdade é a prática, faz-se necessário, diariamente, lutar para que sejamos o exemplo que queremos ser para o mundo. O mundo, abastecido ciclicamente por crises econômicas, por crises civilizacionais, precisa de novos homens, novas mulheres, que dirão não ao sistema de valores impostos pela classe dominante. Portanto, mais do que falarmos, façamos, pois como diz uma certa canção, "errado é aquele que fala correto e não vive o que diz".
Esse novo homem, em países cujo nível de consciência da população não é o mesmo que o dos cubanos, como no caso do Brasil, deve ser moldado e - muito mais que isso - impulsionada a sua existência através dos exemplos que os comunistas podem dar à sociedade. As relações humanas daqueles que enxergam o mundo dialeticamente - incluindo-se aí as relações no trabalho, as relações amorosas, familiares etc - devem, para os comunistas estar à frente dos tipos de relações que a sociedade capitalista no apregoa. Essa sociedade que, como disse o ex-presidente uruguaio, José Mujica, em discurso à ONU, "montou um desafio mentiroso (...) Isso se massifica com uma cultura de nossa época, sempre dirigida pela acumulação e pelo mercado."
Dessa forma, com o consequente entendimento da responsabilidade que têm aqueles que, historicamente, construíram mundo afora perspectivas de uma sociedade diferente, torna-se possível vencermos pautas recorrentes que remetem aos direitos das minorias, daqueles hodiernamente oprimidos pelo sistema capitalista: as mulheres, os negros, os homossexuais etc.
Nas relações desse novo homem, não deve caber o racismo, o machismo e a homofobia, ou até a apologia ao consumismo, mesmo no espaço privado de seu lar. Caso contrário, o exercício de combate às opressões capitalistas não passam de diletantismo. Obviamente, também é necessário entender que essa mudança concernente à superestrutura político-ideológica exige uma longa e tortuosa batalha entre o já afirmado novo que surge e o velho que não quer sair de cena, e, claro, essas contradições existem em cada ser humano. No entanto, a nós, vanguarda revolucionária, mesmo passíveis das insuficiências de nossa sociedade, mas sabedores de que o critério da verdade é a prática, faz-se necessário, diariamente, lutar para que sejamos o exemplo que queremos ser para o mundo. O mundo, abastecido ciclicamente por crises econômicas, por crises civilizacionais, precisa de novos homens, novas mulheres, que dirão não ao sistema de valores impostos pela classe dominante. Portanto, mais do que falarmos, façamos, pois como diz uma certa canção, "errado é aquele que fala correto e não vive o que diz".