domingo, 17 de maio de 2015

Os comunistas no poder: Olinda, cidade renovada


Quando os comunistas se desafiaram a voltar a disputar cargos majoritários nas eleições, certamente colocavam-se diante de imensos passos que precisavam ser dados nas cidades que disputaria e posteriormente do estado que agora governa: o Maranhão.

No entanto, mesmo sabedores do imenso desafio que se abria, em Olinda, cidade da Região Metropolitana do Recife, foram dados os primeiros passos rumo a uma cidade mais humanizada, desenvolvida e em franco processo de construção de justiça social.

Olinda, cidade de 388.821 habitantes em 2014, segundo estimativa do IBGE, num território de apenas 41,681 km², primeira capital da capitania de Pernambuco, teve em sua história recente a marca do desprezo e baixo investimento em seu potencial pelos governantes que por aqui passaram até o ano 2000. Condicionada à pecha de cidade-dormitório e de nula participação da indústria no seu PIB, parecia que a esses governantes essa condição tornava-se quase uma vocação de cidade mal cuidada e despreparada para a modernidade e, ao mesmo tempo, para se afirmar enquanto cidade histórica, de importância ímpar na história do Brasil e do estado.

Para se ter ideia, na cidade que se localiza a 6 km do Recife, havia um cenário de completo abandono, refletindo na qualidade de vida e saúde da população, com o saneamento básico abaixo de qualquer humanidade e moradias sem nenhuma condição. Além disso, vivia-se um período em que a vocação artística, cultural e turística da cidade era desprezada.

Não é nenhum exagero afirmar que o marco da mudança na qualidade de vida da população olindense é justamente a eleição de Luciana Santos para prefeita da cidade no ano 2000. Os comunistas, praticamente estreando em administrações municipais, colocaram as contas do município em dia e buscaram parcerias em vários setores da sociedade, de maneira ampla, constituindo um pacto para fazer o município voltar a crescer e garantir qualidade de vida para a população. Nesses setores, incluem-se empresários (hotelaria, entretenimento, comércio, alimentação), classe política (constituição de ampla aliança) e sociedade civil organizada (movimentos sociais, de cultura, bairros, segmentos etc.)

Dessa mudança extraem-se resultados que se traduzem facilmente em números, como o número de 6.181 empresas atuantes; no aumento do IDHM de 0,648 em 2000 para 0,735 em 2010, além do aumento do PIB da cidade de R$ 1.024,205 em 2000 para R$ 3.687,724 em 2012, ano do fim do primeiro mandato de Renildo Calheiros, ou seja, triplicando esse número.

O indicativo positivo desses números reflete uma criatividade e ousadia na forma de obter recursos para o município, valorizando suas potencialidade e buscando dirimir as deficiências históricas como, principalmente, os problemas da moradia e saneamento básico. 

Em relação a esses dois últimos pontos, o que se viu em Olinda nos últimos 15 anos é um verdadeiro processo de Reforma Urbana. Sua realização, a duras penas, vem sendo feita numa cidade cujo orçamento é curtíssimo para executar obras da magnitude que são vistas na cidade: construção de canais, conjuntos habitacionais, construção de novas avenidas, calçamento de milhares de ruas, urbanização de áreas precárias e elevação da taxa de saneamento a números nunca antes vistos.

Mais do que os números, a presença dos comunistas na Prefeitura de Olinda - tanto de Luciana quanto de Renildo - estabeleceu uma nova relação com os atores sociais da cidade: empresários do entretenimento que enxergam uma melhoria na infraestrutura da cidade e maiores possibilidades de desenvolvimento dos seus negócios; movimentos sociais que dialogam com o poder público, estabelecendo uma relação diferenciada, incluindo-se aí, representantes de religiões de matriz africana, artistas independentes, artesãos, lutadores por moradia etc.

Por fim, nunca é demais dizer que quem circula por essa cidade enxerga de maneira clara a mudança que foi promovida nos últimos anos e enxerga também que vários são os desafios que tem. No entanto, todos são sabedores da importância da continuidade no caminho do desenvolvimento e do cuidado à vida das pessoas que só nesse período pudemos ver. O processo de transformação de Olinda numa cidade plenamente desenvolvida  e justa está apenas começando. Vamos em frente!

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