quinta-feira, 31 de março de 2016

Formar para não dispersar



Em tempos revoltos como o que estamos vivendo, várias são as pressões - externas e internas - para diminuir o papel revolucionário, dos comunistas em conjunto e de cada um de seus militantes. As dificuldades que esses tempos nos impõem, mais do que dificuldades políticas pragmáticas, impõem também a necessidade cotidiana de enriquecer a teoria revolucionária e munir ideologicamente esse partido que tem se desafiado a ser um partido de massas.

Para os comunistas, sem  meio-termo, a resistência contra o golpe e a defesa da democracia são as palavras de ordem de nossa atuação. Essa defesa, nas redes, nas ruas, nas escolas, universidades e fábricas, etc. deve ser feita por todos que comungam esse período de ampliação de nossas fileiras. Dessa defesa não há militantes isentos, liberados de fazê-la; seja ele da frente institucional, dos movimentos sociais ou da luta de ideias.

Nesse sentido, hoje, é mais do que necessário realçar a têmpera ideológica de nosso partido, fortalecendo os ambientes para discussão das ideias e dando espaço à formação política militante de forma mais frequente, a fim de evitar a dispersão, os voluntarismos, pragmatismos e corporativismos que os momentos de crise podem trazer.

Só a teoria revolucionária pode contribuir no sentido de entender os aspectos da luta política por que passamos. E, nesse sentido, a teoria em nada atrapalha a prática cotidiana de enfrentamento ao fascismo e ao golpe em curso no Brasil. Muito pelo contrário. Teoria e prática não são compartimentos estanques, com seus espaços reservados de maneira mecânica, mas se influenciam dialeticamente de modo a compor a práxis revolucionária.

Em tantos outros momentos de crise que o país passou, foi procurando o refúgio na teoria que camaradas como João Amazonas, Renato Rabelo, Madalena Guasco, Bernardo Joffily, Maurício Grabois, Haroldo Lima e tantos outros fortaleceram suas convicções e buscaram soluções amplas, criativas e ousadas para os problemas vigentes, desde os tempos da Ditadura e os cursos de formação na Rússia e Albânia, passando pelos cursos panorâmicos e pelo esforço intelectual de João Amazonas de, pós queda do Muro de Berlim, debruçar-se sobre a questão da transição. 

Só assim, proporcionando aos nossos quadros e militantes que se enxergue a atual crise política sob o olhar de classe, entendendo as movimentações reais que acontecem no que há de mais profundo da luta política, podemos ter certeza de que nosso exército está preparado. O teste é dos mais difíceis e para fazer história, precisamos entendê-la em cada detalhe. Por isso, aos textos, às redes, às ruas, camaradas!

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