A consolidação do golpe de estado perpetrado pelas forças mais conservadoras do país é, sem sombra de dúvidas, um dos episódios mais tristes da história republicana brasileira. Este blog já emitiu opiniões acerca das causas e desdobramentos dessa ruptura democrática, no entanto, as discussões afloram de rapidamente, procurando, agora, principalmente, reunir forças e estratégias para, num momento de defensiva tática, para que as forças de esquerda sobrevivam ao grande ataque - ainda maior - que vem por aí.
As primeiras impressões, mesmo antes do golpe se efetivar oficialmente (já que o fatídico dia 17 de abril é o verdadeiro dia do golpe), sempre foram catastróficas. O golpista Michel Temer, ainda interino, já promovia uma limpeza nas políticas sociais realizadas nos últimos 13 anos; em pouco mais de 30 dias , conquistas que demoraram décadas para se consolidar, como o aumento real do salário minimo, o direito à moradia e à universidade pública foram ameaçadas ou extintas. No entanto, o interino fazia questão de afirmar que "medidas impopulares" ainda precisariam ser tomadas; como se fosse possível fazer pior do que já estava fazendo. E sim, é possível.
Não obstante, o que gera mais indignação é que o golpe, em determinado momento, foi apoiado por uma parcela considerável das camadas médias urbanas e trabalhadores em geral. Muitos sem saber - ou sem acreditar - que o que estaria por vir seria tão prejudicial às conquistas obtidas nos últimos anos, aliás, no último século, já que a pretensão dos golpistas é concluir a obra que FHC tentou e não conseguiu: acabar com a era Vargas - leia-se acabar com CLT, a Petrobras e o patrimônio nacional. Além, é claro, de jogar uma pá de cal na jovem democracia brasileira.
Sendo assim, o após a consolidação do golpe e as reais intenções sendo desmascaradas graças às redes sociais, cabe à classe trabalhadora e as camadas médias urbanas voltarem, através das organizações progressistas do país organizarem a resistência que, duramente terá de ser travada.
É preciso, no momento atual, acabar com qualquer aparência de neutralidade na sociedade. O momento, embora muitos não acreditem, é tão grave quanto o vivido pelo país em 1964.
Talvez por não acreditarem na capacidade das classes dominantes altear a regra do jogo que sucessivos erros tenham sido cometidos por todos os atores das forças progressistas nacionais, principalmente de 2013 pra cá.
Pra citar alguns exemplos, podemos lembrar da forte queda na taxa de juros promovida pela Presidenta Dilma Rousseff ao final de 2012, início de 2013; alterando aquilo que era central para a oligarquia financeira e rentista do país e de fora, e o silêncio do movimento sindical sobre o assunto naquele momento. Nenhuma manifestação corajosa de defender as medidas que o governo estava tomando.
Mais recentemente, o que se viu foi uma perplexidade geral. O povo, incluindo os beneficiários de programas sociais, assistiram a todas as mais recentes cenas da política brasileira atônitos, sem nenhuma reação. Uma parte - grande, por sinal - da responsabilidade sobre isso, deve-se à própria força hegemônica que, nem educou as massas o suficiente para fazerem sentir-se partícipes da mudança social ocorrida no Brasil e que, no período mais atual, primeiro negou-se a reconhecer que um golpe estava em curso e que, posteriormente, negou-se a buscar alternativas viáveis para enfrentar a situação no Brasil, negando-se a defender o que agora defendem: o plebiscito sobre novas eleições.
A esquerda brasileira, como um todo, é parte responsável por isso. Em muitos momentos faltou identificar o inimigo principal, tal qual a esquerda que, por muitas vezes, patinou no período da morte de Getúlio e a deposição de João Goulart.
No entanto, como sabemos que a história não acaba por aqui, é sempre tempo de rever as práticas e organizar a resistência, nucleada pela esquerda, mas apoiada pelo mais amplo leque de forças possíveis que defendam a democracia e o Estado Democrático de Direito. Tempos difíceis virão, mas a história está em nossas mãos, apenas começamos!
2 comentários:
Grande Camarada Nilson,
Segmento esclarecido e que muito penou nos tempos de FHC, os bancários do BB, só um pequeno exemplo, parcela significativa votou em Aécio e vestiu CBF e Patinho da Fiesp e atormentou nossa vida política.
Eu nem culpo aqui as classes menos favorecidas, a mais assistida pelos programas sociais, pelo puro desinteresse da classe política em socializar a educação com um melhor primado de conceitos sócio-políticos.
Não perceber os avanços sociais que tivemos e a forma nacionalista como Lula e Dilma sempre defenderam a Nação é Incompreensível que pudessem ser contra à essas políticas progressistas.
Achar que estavam combatendo a Corrupção é muita infantilidade.
Aliado à tudo isso, nossas lideranças políticas mudam muito de interesses visando apenas a defesa de seus espaços, sem a mínima coerência e respeito a formação partidária ou ideológica, veja as combinações de forças as mais díspares possíveis e inimagináveis, para não falar de coligações vis Brasil afora.
Respeito à máxima que devemos está com voz ativa ainda que minoritária no pior dos parlamentos mas, utilizar-se dos mais divergentes tripés para se chegar lá confunde o melhor estudioso da ciência política avalie nossa sofrida população.
Lideranças agindo como Massa e para as Massas, coligações com 20 ou mais partidos, descaracteriza qualquer corrente política.
Se os Líderes não se mantém coerentes o que esperar do Povo.
Um desabafo.
Felicidades
Grande Camarada Nilson,
Segmento esclarecido e que muito penou nos tempos de FHC, os bancários do BB, só um pequeno exemplo, parcela significativa votou em Aécio e vestiu CBF e Patinho da Fiesp e atormentou nossa vida política.
Eu nem culpo aqui as classes menos favorecidas, a mais assistida pelos programas sociais, pelo puro desinteresse da classe política em socializar a educação com um melhor primado de conceitos sócio-políticos.
Não perceber os avanços sociais que tivemos e a forma nacionalista como Lula e Dilma sempre defenderam a Nação é Incompreensível que pudessem ser contra à essas políticas progressistas.
Achar que estavam combatendo a Corrupção é muita infantilidade.
Aliado à tudo isso, nossas lideranças políticas mudam muito de interesses visando apenas a defesa de seus espaços, sem a mínima coerência e respeito a formação partidária ou ideológica, veja as combinações de forças as mais díspares possíveis e inimagináveis, para não falar de coligações vis Brasil afora.
Respeito à máxima que devemos está com voz ativa ainda que minoritária no pior dos parlamentos mas, utilizar-se dos mais divergentes tripés para se chegar lá confunde o melhor estudioso da ciência política avalie nossa sofrida população.
Lideranças agindo como Massa e para as Massas, coligações com 20 ou mais partidos, descaracteriza qualquer corrente política.
Se os Líderes não se mantém coerentes o que esperar do Povo.
Um desabafo.
Felicidades
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