segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Brasil respira democracia

Uma das questões que mais tem me chamado atenção nos últimos tempos, pós-governos populares iniciados pela vitória de Lua em 2003, tem sido o ambiente democrático que a juventude brasileira tem vivido nos últimos dez anos, sobretudo no que se refere ao exercício de sua sexualidade, embora ainda haja passos largos a dar. É notório, nesse quesito, a ambiente mais livre que a juventude tem vivenciado, nas escolas, nos ambientes públicos etc. Exercendo de maneira soberana as suas vontades.

Tenho a impressão de que, fosse no período de dez anos atrás, episódios como esse não aconteceriam.  Pois o fato é que, como nossas teses afirmam, o período FHC foi a “encarnação da intolerância e da criminalização dos movimentos sociais”, além, é claro, das práticas contradizentes ao status quo neoliberal. Havia, na verdade, pela total ausência do Estado em lidar com problemas como a violência a grupos sociais como os LGBT’s, Mulheres e Negros, um valor subjetivo que passava a ser incutido a parcela considerável da população, e esta passava a considerar práticas como a da homofobia de maneira “natural”, naturalizando a desigualdade e, por conseguinte a opressão.

Como reforçam as teses do nosso partido, “as primeiras – e mais rápidas – transformações ocorreram – e prosseguem – no campo da democracia e dos direitos sociais”. Portanto, defender e ampliar esta bandeira que tem sido empunhada historicamente pelas forças populares é questão central para a atuação do PCdoB no campo da luta institucional, social e de ideias.

Há de se destacar, também, nesse período, a criação de secretarias especiais para promoção de políticas públicas para a juventude, para as mulheres e os negros, além do fortalecimento da Secretaria de Direitos Humanos. Segundo o ex-ministro Paulo Vannuchi, em recente entrevista à Princípios, esse foi um passo importante dado pelo Governo Lula na esfera institucional, pois responde a uma crítica tradicional antiesquerda na academia: “a de que a esquerda só se preocupa com os temas econômicos e sociais e despreza a institucionalidade”. Dessa forma, ministérios como o de Direitos Humanos, Mulher e Igualdade social foram essenciais na também retomada do Estado brasileiro em recuperar seu papel de agente impulsionador da democracia. Foi no Governo Lula que se aprovou a Lei Maria da Penha – importante instrumento de combate à violência contra a mulher – e o Supremo adotou jurisprudência que reconhece os direitos constitucionais da união civil estável entre pessoas de mesmo sexo. Maior exemplo dessa prática institucional do estado brasileiro é a de que, só no período Lula, foram realizadas 74 conferências, com destaque para a Conferência Nacional LGBT, que foi a única no mundo.

Por isso, fazer do PCdoB vanguarda na luta pela democracia e direitos das minorias faz parte dos passos a serem dados a um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, pois a burguesia que prometeu “igualdade, liberdade e fraternidade” há muito se desfez de suas promessas e jogam como antagonistas de um mundo onde haja questões como essas. Para nós marxistas, lutar por uma sociedade em que os indivíduos possam se realizar de maneira plena é, em grande medida lutar pelo Socialismo. E tendo como ponto de partida nosso Programa Socialista, devemos reforçar medidas que colaborem para o pleno desenvolvimento e liberdade do povo brasileiro, como meios de caminharmos na longa transição a um mundo de homens e mulheres livres.


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Minha Carta para Deus

Tu não existes! Por isso, poderias parar com esse simulacro e revelar-se, tal qual um filme de ficção. E é por não existires que te detesto. Detesto as noites em que te busquei de olhos fechados e mãos dadas. Detesto os dias de jejum por ti, detesto os pedidos feitos em teu nome, detesto ter acreditado, detesto a tua e a minha culpa por ser quem exatamente eu sou. Por me fazeres assim...

Se tu existisses serias palavra, sempre à espreita da melhor posição no verso da melhor poesia, se existisses seria inspiração, trabalho, lágrima, o poema perfeito nunca elaborado. És eterna elaboração... Dos homens que te buscam nos coletivos, ou nos que deliram nos leitos. Tua forma é enigma, tua fome é bem-vinda. E te afirmas quando te negam!

- Perdão, diria eu! Perdoa minha loucura de falar-te, sem que ao menos escute. Perdoa os deslizes idealistas. Afinal de contas, perdão e pedido é o que te faz existir. Salva-me! Salva-me de tua presença; protege-me de ti. És espanto que me segue, vazio que me guia.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Máscaras, tambor e nostalgia

Era ano de 2001, eu era oitava série do ensino fundamental, quando minha vida era querer ser artista de rock. Foi aí que descobri um som que marcou minha adolescência fortemente: Slipknot. A capa daquele álbum homônimo já era meio esquisita, nove caras mascarados, vestidos de vermelho, tipicamente coisas que minha mãe diria que "não era de Deus", e olhe que ela não escutava, pois eu escutava escondido!

Slipknot era uma banda que, basicamente, surpreendia. As máscaras esquisitas, dois percussionistas, cuja percussão era composta por latões e tacos de baseball, além disso, duas pick-ups (e eu me perguntava - pra quê?). Tudo isso com guitarras pesadas, com afinações graves e um vocal que misturava como ninguém o gutural com a voz limpa, inspirava e inspira todos que gostavam de metal na minha geração. Nú-Metal, Metal Industrial, Heavy Metal? Difícil era definir esse som.

Cresci escrevendo em meus cadernos o logotipo tribal que compunha o visual da banda; por vezes, no tempo em que tive banda, tentei imitar o jeito de Corey Taylor cantar e berrar. Por vezes me embalei ao som de músicas como Wait & Bleed, Spit it Out, Left Behind e Vermillion. Por isso, em vários momentos desejei estar em um show desses caras. Quem sabe um dia. Segue o som pra aqueles que gostam de bater cabeça!!