Tu não existes! Por isso, poderias parar com esse simulacro e revelar-se, tal qual um filme de ficção. E é por não existires que te detesto. Detesto as noites em que te busquei de olhos fechados e mãos dadas. Detesto os dias de jejum por ti, detesto os pedidos feitos em teu nome, detesto ter acreditado, detesto a tua e a minha culpa por ser quem exatamente eu sou. Por me fazeres assim...
Se tu existisses serias palavra, sempre à espreita da melhor posição no verso da melhor poesia, se existisses seria inspiração, trabalho, lágrima, o poema perfeito nunca elaborado. És eterna elaboração... Dos homens que te buscam nos coletivos, ou nos que deliram nos leitos. Tua forma é enigma, tua fome é bem-vinda. E te afirmas quando te negam!
- Perdão, diria eu! Perdoa minha loucura de falar-te, sem que ao menos escute. Perdoa os deslizes idealistas. Afinal de contas, perdão e pedido é o que te faz existir. Salva-me! Salva-me de tua presença; protege-me de ti. És espanto que me segue, vazio que me guia.
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