A crer no resultado do Ibope – e eu creio nos resultados do Ibope como uma antítese do poeta, onde não há distância entre intenção (de voto) e gestos políticos – estamos diante de uma “onda”.
Onda que, embora suspeite que o Ibope tenha lhe dado bóias, engoliu Aécio Neves.
Não é crível que Marina – que, segundo o Ibope não cresceu entre os indecisos e os nulos e brancos desde a pesquisa Datafolha, que os baixou de 27 para 15 , enquanto o Ibope os fixava em 24 e os baixou para os mesmos 15% – tenha tirado tanto de Dilma (quatro pontos) que de Aécio Neves.
Marina é uma candidata de oposição, e isto está claro.
De toda forma, ainda que se aceite estes números, talvez seja possível dizer que a onda tem o seu pico, que o próprio movimento de subida constrói, ainda mais porque é um movimento mais emocional (se existisse a palavra eu diria comocional) do que racional.
É o famoso “no embalo”.
O que leva, também, para a vantagem de Marina Silva num segundo turno o raciocínio para o mesmo caminho: os votos de oposição a Dilma são os que Aécio Neves tem na simulação, não os que tem Marina, porque – salvo os Reinaldo Azevedo – os eleitores de Aécio votam em qualquer um que não seja Dilma.
Pesquisas são sempre indicadores das tendências de momento, embora muito frequentemente não sejam retratos fiéis destes momentos. Dois pontos para lá, dois pontos para cá fazem um imensa diferença.
Ouvi dizer que, neste caso, foram dois a menos para cá e quatro para lá. Ou para os dois “lás”.
Seja como mais significativo, para mim, é que Marina colheu todos os bônus de duas semanas de superexposição e beatificação na mídia.
Baixou no espaço como a redenção.
Agora terá de ser candidata a Presidente, não mais a beata abençoada.
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