Das mentiras que a classe
dominante conta para escamotear a luta de classes, uma, com certeza, é a noção
de meritocracia que é passada. Para esses, todo o sucesso, principalmente da
vida profissional e pessoal cabe exclusivamente ao esforço pessoal, comprometimento,
abnegação; todas, características individuais que lhe farão “ser alguém na
vida”.
Essa ideologia da meritocracia,
além de esconder a verdadeira face do sistema social vigente, estimula o
individualismo, inibe as práticas coletivas de busca do bem comum e penetra nas
consciências humanas desde muito jovens, tendo como principais propagadores os
aparelhos ideológicos do estado – instrumentos muito bem utilizados para
cultivar esses valores.
Na escola, aparelho em que,
historicamente, há uma separação entre a escola dos filhos dos trabalhadores e
a dos filhos da burguesia, essa ideia do mérito individual é perpetuada como
verdade absoluta, seja na escola dos filhos da burguesia, seja na escola dos
filhos dos trabalhadores. Nesse caso, o traço fundamental é que, na escola da
burguesia, há praticamente um treinamento formal para que os filhos dessa sejam
perpetuados como classe dominante e, sobretudo, dirigente do país, ou seja, já foram escolhidos! Já na escola dos
filhos dos trabalhadores, a ideia de meritocracia é constantemente repassada
como maneira de tirá-los da condição de súditos para classe dominante. Dessa
forma, professores e dirigentes dessas escolas – em sua maioria públicas –
desprezam o papel, no Brasil, de programas recentes como o PROUNI, que têm
contribuído sobremaneira para diminuir o abismo existente entre as trajetórias
das classes dominantes e dos trabalhadores, o que, inclusive, explica o fato de
a maioria dos trabalhadores deverem a causa de melhoria de suas vidas ao esforço
individual e não às melhorias pelas quais o país passou.
Esses elementos, de meritocracia
e de separação descarada da educação dada aos jovens das classes dominantes e
aos das classes trabalhadoras, justificam ainda mais o papel revolucionário que
a juventude pode e deve cumprir. Se é verdade que a classe dominante já
escolheu os seus, os herdeiros, os futuros donos das empresas dos pais, aos
trabalhadores cabe a liderança do processo de transformação, cujo epicentro
está nas novas gerações.
Por isso, às novas gerações, cabe
o papel de organização, de estímulo ao espírito coletivo e comoção em torno das
causas sociais das mais diversas matizes. Não desprezar qualquer tipo de causa
que mobilize o povo, em especial a juventude, é um grande passo. Nesse sentido,
tornar os jovens mais presentes nos debates eleitorais de suas cidades, ganha
contornos de essencial no estágio atual da luta de classes no Brasil e no
mundo. Ganhar o debate entre aqueles que, verdadeiramente, podem e querem mudar
o mundo é essencial, e, com certeza, motivador.
Vamos à luta!
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