Nestes momentos, as ideias são como bússolas. Umas a indicar orientação firme e duradoura; outras, impotentes frente à violência do maremoto, conduzem para o naufrágio
Aldo Rebelo - primeiro presidente da UJS
Em meio à gravidade de crises como a que o Brasil vive atualmente, cujos riscos de desmantelamento da economia nacional, de perda de direitos conquistados a duras penas e, principalmente de perda dos direitos democráticos, é muito comum, sobretudo entre os mais jovens, reações radicalizadas, longe do equilíbrio necessário para entender a natureza da crise. De um lado, aqueles que sucumbem às pressões da ideologia neoliberal, que, no caso do Brasil atualmente ignoram os fatores externos e atribuem todas as mazelas ao "mal da corrupção"; do outro, os que acreditam que uma "guinada à esquerda" que faria todas as mudanças que os povos e trabalhadores precisam depende única e exclusivamente da vontade, desprezando-se a correlação de forças e as idiossincrasias nacionais e sua história.
A UJS, organização de jovens fundada em 1984, assim como o PCdoB, nunca agiu para que fossem agradados os ânimos do senso comum, mas em comunhão com seus princípios, de defesa da juventude, do socialismo e do Brasil. Esses princípios permitiram que durante, seus mais de 30 anos de história, essa organização, embora jovem, buscasse o equilíbrio, ousadia e táticas corretas para enfrentar os desafios de seu tempo. Segundo Aldo Rebelo, "a UJS nasceu como necessidade da retomada de um projeto de organização da juventude em torno das ideias avançadas, da luta pela democracia, pela independência nacional e pelo socialismo."
Esses princípios permitiram que a UJS, sempre que necessário, assumisse a linha de frente nos mais variados episódios da história recente de nosso país em que foi chamada à luta. Mesmo que vários brasileiros tenham sucumbido à micropolítica da "popularidade", ou às pressões midiáticas que diuturnamente jogaram contra os projetos de mais liberdade, justiça social e soberania nacional.
Assim, sem titubear, a UJS apoiou a candidatura de Lula em 89, assim - entendendo o papel central da defesa da soberania nacional - promoveu diversas campanhas em defesa da Amazônia, assim defendeu o impeachment de Collor, por entender o projeto que o mesmo tentava aplicar - o neoliberalismo. Foi através da prática que foram demonstrados os princípios em defesa do socialismo, nos diversos atos anti-imperialistas, contra a guerra do Iraque, contra G.H Bush, etc.
Essas decisões políticas estão centradas num inquebrantável sentido de classe dado às decisões políticas que a organização toma. É na justa comunhão das palavras juventude, socialismo e Brasil que se impulsiona a defesa de Lula, da figura valiosa que o mesmo representa para o Brasil, para a esquerda e para a juventude. Foi por entender o caráter de classe das lutas políticas travadas no Brasil desde a eleição de Lula que defendemos o seu governo em 2005 no auge da crise do mensalão.
Por isso, mais do que nunca, as ideias são como bússolas. Em tempos de dificuldade, ter certeza do projeto que pretendemos construir é central, para não sucumbir a posturas liberais, esquerdistas ou pragmáticas. Os princípios de classe, anti-imperialistas e nacionalistas precisam estar acesos para fazer explodir ainda mais a vontade de milhares de jovens invadirem as ruas em defesa do Brasil. Dias assim valem por anos. Exércitos como a UJS valem por milhões. Com nossos princípios, pelo Brasil, vamos à luta!