quarta-feira, 28 de maio de 2008

O que não volta mais

Me tira o ranço e o gosto amargo que ficou
me diz que era mentira o que passou
mais um dia para tentar desvendar
por que passamos tanto tempo fora do ar

palavras soltas que não vão me convencer
que o jogo é esse e que é preciso vencer
por que não posso mais te dar minhas mãos?
as folhas caem pra que eu fite o chão

o que não volta mais é o que não se pode fazer

e esse longo caminho em que eu boto meus pés
esse imenso desafio que é seguir e ter fé
alguém me diz o que é melhor para nós
ou a estação em que eu possa ouvir a tua voz

o que não volta mais é o que não se pode fazer

terça-feira, 13 de maio de 2008

Técnicos e Cientistas

Hoje saiu, no Diário de Pernambuco ou no Jornal do Comércio, uma matéria com a seguinte manchete: "Faltam engenheiros, sobram obras". Assunto mais do que rebatido por todos os meios de comunicação: a qualificação profissional. Realmente, é fato que o Brasil precisa melhorar o poderio intelectual e produtivo de seus trabalhadores; e logo que se fala sobre o referido assunto, a solução dada por milhões de especialistas e palpiteiros é: "tem que melhorar a educação técnica"; "tem que construir mais escolas técnicas".
Todavia, engenheiro não se forma em escola técnica; professor não se forma em escola técnica, médico não se ensina em escola técnica. Mas, por que não? Por que não há ensino técnico para exercer tais funções, como há na enfermagem? É um questionamento assaz importante de se fazer, e que algum sociólogo, economista ou palpiteiros de plantão poderiam me ajudar.
O fato é que toda profissão, ao meu ver, mesmo que não seja oficializado, tem profissionais que são técnicos e profissionais que são cientistas. Acompanhem meu raciocínio: O cidadão resolve fazer Engenharia Civil; se forma e consegue trabalho numa construtorazinha qualquer. Aí, projeta alguns edifícios, ganha um salariozinho, se conforma com aquilo e um dia um dos prédios que ele construiu caiu, ou não. O que se enfoca é o que ele foi fazer com a formação profissional dele.
Mesmo caso é o dos professores: o cara resolve fazer uma licenciatura, se forma, e vai viver sua vida toda dando aula em ensino fundamental, faz seu concurso pruma prefeitura qualquer, pro governo do seu estado, e se acomoda dando aula dessa forma durante toda sua vida. É um técnico!
Ao meu ver, todos os grande profissionais são os cientistas. Eles vão ensinar aos que querem ser técnicos e aos que querem ser cientistas. Eles vão estar nas Universidades, dando aula a turmas de Mestrado, Doutorado. Vão plantar a semente do conhecimento científico, isto, em qualquer profissão.
Isso que eu falei é tão verdadeiro que, com o aumento das universidades privadas, e o aumento da concorrência entre elas, sempre visando o mercado; tá cheio de curso técnico virando curso superior e um outro tanto de cursos superiores com ares de curso técnico. Então, por que não se oficializar isso?
Quem sabe não seria uma forma de diminuir a concorrência "fêladaputa" no mercado de trabalho e de dar a oportunidade a quem quer escolher um desses caminhos, que o faça, e faça bem. Porque do jeito que tá, eu vejo milhões de bacharéis técnicos e milhões de técnicos metidos a cientistas.
Lembro a todos que ainda não sou cientista. Gostaria de ser. Essas são apenas algumas de minhas indagações. E o que eu for, pretendo ser direito. Se for professor-técnico ou professor-cientista, que seja o melhor.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

A violência é hermafrodita...Ou será uma ameba?

Continuo com minha saga : "a violência é hermafrodita".
Usei essa frase em uma postagem de uns dois meses atrás. E num é que eu gostei?
Mas é verdade, e tentei melhorá-la: "a violência é uma ameba". Impressionante como certas coisas acontecem sozinhas; na calma de um sábado à noite, no crepúsculo de um domingo, na tarde chuvosa de qualquer dia...
E os motivos são quaisquer uns: tanto faz se é porque me agrediram, se é porque bateram em mim, ou se porque ele é feio. A moda é usar a força.

O problema é que nessas horas quem é frouxo vira brabo, quem é brabo vira frouxo. Com uma arma na mão eu faço tudo! E eu, que sou brabo assim por natureza, tremo logo nas bases se vier um frouxo desse na minha frente.
O que há de se lembrar é que, hoje em dia, matar, brigar, ou sair xingando qualquer um por aí de filho da puta, tá virando cada vez mais banal. E não venham me dizer que certas coisas são da conjuntura política e social em que vivemos( se é possível falar em social). Vivemos os tempos da barbárie; sem dúvida alguma...

Neste ritmo, a ameba se prolifera com uma velocidade impressionante. Até que chega num edifício de classe média altíssima, lá em São Paulo.

Um minuto de silêncio....











*Ah, a glodo tá dando um show, né?
A gente fala tão mal do Cardinot, né?

domingo, 4 de maio de 2008

Pensamentos. Idéias

Pensamentos. Idéias.

As idéias que os jovens trazem consigo são interessantes. Há um tempinho, quando era colegial, eu em dizia o cara mais independente do mundo. "Ah, num ligo pra o que ninguém diz." E nesse tempo fiz muitas coisas, das quais, em sua grande maioria, arrependo-me. Popularidade.

Que termo lindo! Durante minha vida colegial semper almejei esse status. Já deixei cabelo grande, já deixei minha barba enorme. Quis ser rockeiro doido, quis ser boyzinho. Quis ser tudo que achava que os outros queriam de mim.

Hoje, sinto que se fizesse o que EU queria, acabaria por repetir as merdas que sempre fiz. Mas o fato é que a gente nunca é independente o suficiente pra fazer o que quer( oh novidade!). Só que , principalmente aqueles que gostam de dizer que não ligam pra opinião alheia, são os que mais ligam. Camuflam-se, vestem-se, fantasiam-se para agradar o público. Nesse eterno show eu a nossa vida se delineia, vamos representando muito bem nossos papéis.
E sempre há de se escolher entre o papel de mocinho ou o papel de bandido.Horas fui bandido, horas sou mocinho.

Há aqueles que se dizem apolítico, que criticam o governo, a câmara...
Há aqueles que dizem que não levam fé nenhuma em nada.
Eu levo, levo a vida pra ela não me levar. Escrevo nesse blog esperando que leiam.
Falo esperando que escutem
Existo esperando que notem...

domingo, 20 de abril de 2008

Cale-se

fugimos de mais um engano
fugimos da multidão
eu, você, minha nação
procurando sangue nos panos

mancharam o meu rosto
como Manhatam em setembro
dedos em "nosotros"
histórias que ainda me lembro

6 anos pra me calar
calando ou dizendo que não
sem saber no que vai dar
faço delas minha prisão

liberdade aprisionada
a ordem é só uma:
fuja, corra ou suma
pois a obra está encerrada...

quinta-feira, 10 de abril de 2008

mais uma letra:

Há...(Nilson Vellazquez)


há multidão em todo lugar
há o cheiro da morte solto no ar
há coquetel molotov para apaziguar
o caos e a sorte de quem tenta lutar

silêncio, silêncio! para escutar
discuros discretos, descentes ou não
sprays na parede para decorar
a paisagem do inferno que é nossa prisão

o poeta sem dentes perdeu a noção
ouviu do presidente sua redenção
em mais um "hipertexto" acabam-se os sonhos
e mais um desprezo pra um corpo enfadado

"Que cai...A mente surda que não quer andar pra traz
Pablo Neruda não adiantará ler mais
negociar a vida no banco central
e esperar que tudo volte ao normal"

Há mais uma pedra no meio do caminho
que ele pega e atira na vidraça
há mais uma morte na família do vizinho
que sentado espera atingir a graça

Há mais uma bala vagando sozinha
procurando a cabeça a quem acertar
e o poeta escreve a última linha
esperando a tempestade passar

mas ela:

cai... a mente surda que não quer andar pra traz
tudo que ouviu sobre os tratados de paz
e na gravata de um fulano de tal
esse discurso torna-se um temporal

segunda-feira, 31 de março de 2008

Tá rolando...

Finalmente a Overdose Homeopática conseguiu gravar as duas músicas que estávamos gravando. O processo foi longo, mas pelo que eu vi, recompensador. Portanto, aguardem, em breve. Essas músicas no myspace.

Mas não deixem de visitar, que têm duas músicas lá:

www.myspace.com/overdosehomeopatica

essa música letra aí nem tem música ainda. Mas eu gosto dela...



SOS(Nilson Vellazquez)

São sábios sanguessugas que estão a sugar
A sangria cidadã de quem só faz trabalhar
São seres que rastejam em frente a um sinal
São sobras de um sistema um tanto quanto desigual

Sumiram as esperanças de um sábado feliz
Sumiram as esperanças de viver nesse país
Esperando um salário para se poder manter
Vivendo uma vida sem saber o que vai ser

O salvador que ainda aguardam até agora não chegou
Enquanto isso o povo sangra sem poder nem sentir dor
Mas eles têm que manter o corpo forte e a mente sã
“Sãos” Josés São joãos lutando a cada manhã

que show é esse que me obrigam a assistir
Que dor é essa que eu não posso nem sentir
Que solidão que eu sinto aqui nessa prisão
Só pra ganhar status de um cidadão

E pintam na tv um mundo lindo e azul
O mal que se criou se estende do norte ao sul
Não existe super-homem pra poder nos ajudar
São sagrados santos-homens a sofrer neste lugar

Sanguinários presidentes anunciam mais um plano
São sentenças pra acabar com a vida do ser humano
Não adianta mais sonhar com um futuro melhor
Só nos resta esperar que tudo um dia vire pó.